Editorial

Manias e manias!
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Damião Cunha Velho

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Há pessoas que se julgam superiores às outras porque têm um canudo ou porque dizem ter lido muitos livros. 

Geralmente, essas pessoas não leram qualquer livro do início até ao fim. Na faculdade, só leram resumos dos livros e umas fotocópias. Em casa, têm muitos livros, comprados a metro a condizer com o móvel da sala.

Se leram e continuam assim manientos é porque leram os livros errados. Os livros certos não ensinam essas coisas.

Esses “leitores” são mentirosos, falsos e sobretudo maníacos, o que é pior do que ter mania.

Não há pecado algum em não ler livros e nem todos podemos ter os mesmos gostos, apesar de eu reconhecer que os livros ensinam muito, também reconheço que a experiência de vida ensina tal como um bom livro, ou o melhor dos livros. É por isso, que essa mania de quem se gaba de ter lido muito é algo absolutamente picuinhas que me faz alergia. Uma mania que, quase sempre vestida de fato e gravata, suportada numa mentira ou falsa sabedoria, dá-me náuseas.

A mania daquele que assume que nunca leu um livro, junto ao seu Porsche, com o cabelo oxigenado aos caracóis, já é uma mania saudável, apesar de não ter qualquer requinte ou bom-gosto. Há coisas saudáveis que não são propriamente bonitas. Assim é com as beringelas, por exemplo.

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Ou seja, é uma mania assumida. Ter um Porsche não é para qualquer um e se for conseguido com suor, bendita mania.

Aqui ninguém pretende enganar ninguém.

A mania de quem se arma que é ou tem alguma coisa que não tem ou não é, é uma pobre mania. A mania como máscara.

As qualidades não se inventam. Ou se têm ou não se têm. Assumir publicamente que não se lê livros também é uma qualidade. Chama-se “honestidade”.

O tipo que diz que lê e não lê, o que gostava mesmo era de ter um Porsche. Já não digo o mesmo do cabelo!

Os Porsches não se vendem a metro, é preciso dar no duro para os ter e os livros não ensinam como os conseguir.

Alguns acham-se tão bons, tão na berra, que até se enganam a si próprios e aos espelhos lá de casa. Há quem viva bem enganado e o enganado é sempre o último a saber, como diz o ditado!

Das muitas manias que por aí andam, nem todas são más ou parvas.

Parvas são as pessoas, não as manias!

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