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PS de Ponte da Barca vai retirar ‘confiança política’ ao vereador Inocêncio Araújo

O vereador eleito pelo PS, Inocêncio Araújo, está prestes a perder a confiança do partido por ter aceite novas atribuições na Câmara PSD de Ponte da Barca, liderada por Augusto Marinho. A decisão pode ser tomada hoje, na sexta-feira, em reunião extraordinária da concelhia do PS de Ponte da Barca na sequência da proposta do secretariado local.

 

O Minho Digital apurou que esse será o ponto único da ordem de trabalhos, o que reflecte o ambiente interno nos socialistas, embora haja uma ‘corrente’ que alegadamente vê ganhos políticos, nomeadamente com o afastamento da social-democrata Maria José Gonçalves que se absteve na aprovação do orçamento e ‘obrigou’ Augusto Marinho a ‘vergar-se’ perante o PS ao oferecer o lugar de vereador a meio tempo a Inocêncio Araújo que votou favoravelmente. https://www.minhodigital.com/news/ps-de-ponte-da-barca

 

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Em conferência de imprensa na semana passada, o presidente Augusto Marinho enalteceu a «atitude de proatividade, colaboração e disponibilidade» que Inocêncio Araújo «sempre» manifestou ao longo do atual mandato, «contribuindo ativamente para um debate sério e responsável, apresentando formal e informalmente, propostas para a resolução dos problemas do concelho».

 

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Marinho adiantou que da «alteração no quadro da equipa de vereadores irá resultar uma alteração à distribuição de pelouros que será comunicada à Câmara Municipal na sua primeira reunião de janeiro de 2019».

 

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Em comunicado, o secretariado do PS de Ponte da Barca alegou ser «inaceitável para a imagem e bom nome do partido correr a ideia junto da população de que a crise política no seio do executivo PSD foi resolvida através da compra do vereador da oposição». E os socialistas adiantaram que «é hoje evidente que, no exercício do mandato autárquico, Inocêncio Araújo criou na opinião pública a desconfiança de utilização do seu cargo de vereador para obtenção de vantagens pessoais como funcionário da Câmara Municipal de Ponte da Barca».

 

Para os socialistas, a «divulgação pública da decisão tomada por Inocêncio Araújo de aceitar integrar o executivo de Augusto Marinho surgiu no dia seguinte a uma promoção profissional, isto é, à sua passagem de encarregado operacional para a carreira e categoria de Técnico Superior, sob proposta do presidente de Câmara, deliberada na reunião de dia 20 de dezembro de 2018».

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O secretariado do PS, «em defesa da ética e da moral ao serviço da política», entende que Inocêncio Araújo «não tem condições para continuar e deverá renunciar, imediatamente, ao mandato de vereador, fazendo cessar uma situação inaceitável de suspeição e de conflito de interesses».

 

Inocêncio Araújo foi adjunto do anterior presidente socialista da Câmara de Ponte da Barca, Vassalo Abreu, que não se recandidatou nas últimas eleições por ter atingido o limite de mandatos, e encabeçou a lista do PS às autárquicas de 2017.

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Nessa altura, o PS apontou a alegada larga experiência da opção por Inocêncio Araújo, elogiando-o como «um homem de convicções firmes e princípios sólidos».

 

No comunicado, o secretariado do PS acusa Inocêncio Araújo da «decisão de integrar o executivo camarário liderado pelo PSD não foi comunicada ao partido e, em consequência, não foi concertada com o mesmo, revelando uma total falta de lealdade, solidariedade e de respeito institucional pelo partido que o elegeu e que seria suposto representar».

 

«Desde o início do presente mandato autárquico, o vereador Inocêncio Araújo manifestou comportamentos onde foi notória a sua falta de cooperação, de diálogo e de compromisso com a concelhia do PS e com os colegas de vereação do PS», acusa no comunicado a secção local.

«O quadro de distanciamento e deslealdade manifestou-se em várias situações, designadamente pela não comparência nas reuniões da comissão política (onde é membro por inerência), pela falta de iniciativa e de dedicação como líder da oposição no executivo camarário (primeiro candidato eleito pelo PS), bem como por uma gestão unilateral da sua conduta nas reuniões de Câmara, teimosamente orientada por critérios individuais».

À hora de fecho da edição do Minho Digital não foi possível recolher depoimentos dos visados, se bem que uma fonte dos social-democratas que solicitou a confidencialidade, tenha igualmente reconhecido «um certo mal estar pelas opções e ‘embrulhadas’ na operacionalidade, ou falta dela, na gestão autárquica».

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